Os Templários: Guerreiros e Monges na Idade Média


 



Os templários : Guerreiros e monges na Idade Média.

A Ordem dos Templários é uma das mais fascinantes e misteriosas da história medieval, frequentemente envolta em mitos e lendas. No entanto, através do trabalho da historiadora Régine Pernoud, podemos obter uma visão mais clara e fundamentada sobre quem realmente foram esses cavaleiros-monges e sua contribuição para a sociedade medieval.


Origem e Missão 


Os Templários foram fundados em 1119 por Hugues de Payens e oito cavaleiros franceses. Este grupo pequeno mas dedicado surgiu em um contexto de crescente peregrinação cristã para a Terra Santa, após a conquista de Jerusalém pela Primeira Cruzada (1096-1099). Sua missão original era proteger os peregrinos cristãos que viajavam para locais sagrados, garantindo sua segurança contra ataques de bandidos e forças muçulmanas.


Para cumprir essa missão, os Templários adotaram inicialmente a Regra de São Bento, comum entre as ordens monásticas da época. Em 1129, no Concílio de Troyes, adotaram a Regra de São Bernardo de Claraval. Esta regra, elaborada com a ajuda do influente abade de Clairvaux, combinava a vida militar com os votos monásticos de pobreza, castidade e obediência. Os Templários viviam como monges, dedicando-se à oração e à vida comunitária, mas também treinavam e combatiam como cavaleiros, defendendo os territórios cruzados na Terra Santa.


Papel na Sociedade Medieval 


Régine Pernoud destaca o duplo papel dos Templários como guerreiros e monges. Eles eram uma força militar disciplinada, crucial na defesa do Reino de Jerusalém e em várias campanhas militares. Simultaneamente, sua vida espiritual era rigorosa, marcada por disciplina e devoção religiosa.


A ordem rapidamente se tornou extremamente rica e influente, acumulando vastas propriedades em toda a Europa, incluindo castelos, fazendas e vinhedos. Essas propriedades frequentemente eram doadas por nobres em apoio à causa dos Templários ou como agradecimento por proteção e serviços financeiros. Além disso, os Templários desenvolveram um sistema bancário inovador, permitindo que peregrinos e comerciantes depositassem dinheiro em um local e o retirassem em outro. Este sistema de cartas de crédito foi um precursor das letras de câmbio modernas, facilitando transações seguras e reduzindo o risco de roubo durante viagens.


A influência dos Templários estendia-se também às relações com a nobreza e a realeza europeias. Eles atuavam como banqueiros, conselheiros e defensores militares, sendo conhecidos por sua administração eficiente e habilidade em gerenciar grandes propriedades e recursos. Essa eficiência contribuiu para sua enorme riqueza e poder, mas também atraiu inveja e desconfiança.


Perseguição e Dissolução 


O crescimento da riqueza e do poder dos Templários acabou por se tornar sua ruína. Em 1307, o rei Filipe IV da França, motivado por dívidas e desconfiança, ordenou a prisão dos membros da ordem sob acusações de heresia e outros crimes, muitas vezes obtendo confissões sob tortura. Em 1312, pressionado pelo rei francês, o Papa Clemente V dissolveu a ordem. Muitos Templários foram executados e seus bens confiscados.


Legado


Apesar de sua trágica queda, o legado dos Templários é duradouro. Eles contribuíram significativamente para a sociedade medieval com inovações agrícolas, construções de fortalezas e avanços no sistema financeiro. A historiadora Régine Pernoud destaca a importância de diferenciar os mitos da realidade, reconhecendo tanto as realizações quanto as complexidades da história dos Templários.


Os Templários são um exemplo de como a Idade Média, muitas vezes vista como um período sombrio, foi na verdade uma era de grande vitalidade cultural e inovação. Através de uma compreensão equilibrada e informada, podemos apreciar melhor a riqueza deste período e suas contribuições para o desenvolvimento da civilização ocidental.


#templario #idade média 


Comentários

Postar um comentário